A evolução do tratamento da depressão
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No começo desse século, as pessoas com doença mental eram tratadas com cânfora e chamadas de “lunáticas”. |
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Nesse século, a cânfora era usada para induzir convulsões, pois acreditava-se que a convulsão melhoraria o quadro clínico dos doentes mentais. Em 1785, foi veiculado um artigo na publicação médica London Medical Journal sobre uma “mania” que havia melhorado com convulsões induzidas. |
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Em 1831, os relatos de Michel Faraday apontaram para a possibilidade de converter campos magnéticos em energia elétrica e vice-versa. E em 1896 o médico e físico D´Arsonval fez a primeira estimulação magnética do sistema nervoso. Ele relatou que a pessoa, quando submetida ao campo magnético, via “flashes de luz” – na verdade era a retina que estava sendo estimulada, e os “flashes” eram fosfenos. |
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Até a década de 1930, as possibilidades de tratamento para pessoas com doença mental eram muito limitadas - a maioria dos pacientes era sedada e vigiada. Existiam apenas alguns tratamentos como os rudimentares eletrochoques
Ainda se acreditava que a indução de convulsões seria a solução para o problema. Surgiu um novo indutor, o pentilenetetrazol, mais solúvel e rápido que a cânfora. Como este novo indutor causava muitos efeitos colaterais, pesquisadores italianos procuraram alternativas. Dentre eles estava Von Schilf, foi ele quem sugeriu a idéia de produzir convulsões através de estimulações elétricas.
Em abril de 1938 foi feito o primeiro tratamento através de estimulação elétrica em seres humanos. O sucesso da experiência fez com que a técnica fosse difundida e amplamente usada. |
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Foi nesta década que surgiram os antidepressivos, drogas para o tratamento farmacológico da depressão. O uso do eletrochoque começou a diminuir, e este tipo de tratamento foi adquirindo a imagem de desumano, cruel e invasivo. Por muito tempo, o desejo no meio médico era que as drogas substituíssem totalmente o eletrochoque, o que acabou não acontecendo. |
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O uso de eletrochoque (ECT) evoluiu nesta década. As aplicações passaram a ser acompanhadas de anestesia, monitoramento eletroencefalográfico da convulsão e oxigenação, entre outros procedimentos que diminuíam os riscos e as dores. O tratamento continuou com uma imagem ruim, mas sua eficácia é inquestionável. |
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Um grupo de pesquisadores da Universidade de Sheffield (Inglaterra) conseguiu fazer a primeira estimulação magnética no córtex motor. Eles relataram a ausência de dor ou desconforto, recorrentes nas aplicações de eletrochoque. |
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O ano de 1992 foi importante para a pesquisa da estimulação magnética. Foi quando um pesquisador na Cracóvia (Polônia) publicou um trabalho questionando a necessidade da convulsão para que o eletrochoque tivesse fins terapêuticos. Neste mesmo ano, o professor Pascual-Leone usou a estimulação magnética em pacientes com mal de Parkinson. Ele observou que alguns dos pacientes, os que também tinham depressão, melhoraram de humor. Então a Estimução Magnética Transcraniana (EMT) começou a ser usada no tratamento de transtornos psiquiátricos. |
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Apesar do preconceito, a eficácia do eletrochoque é inquestionável. Nos Estados Unidos, estima-se que 50 mil pessoas recebam o ECT por ano.
A EMT vem sendo usada principalmente para diagnósticos, pesquisa e no tratamento da depressao. O interesse de seu uso no tratamento de outros transtornos psiquiátricos é crescente. |
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